À parte Dolç e Fuster, do meio académico valenciano Raimon guarda memórias especiais de Antonio Ubieto, Josep M. Jove, Joan Reglà e Miquel Tarradell. O doutro Reglà, discípulo de Jaume Vivenç Vives, era experto na Coroa de Aragão, mouriscos e bandoleiros, e deixou obra entre 1958 e 1971, ano em que vai ser o núcleo fundador da nova Universidade Autónoma de Barcelona, que vai acolher tantos professores considerados "desafectos" ao regime franquista, exilados ou simplesmente expulsos. Tarradell vai deixar obra em Arqueologia e História Antiga, e durante a sua estadia no País Valenciano dirigiu escavações importantes. Fora da docência, Tarradell fazia política, sobretudo religando as complexos redes dos Países Catalães, parte sul. E acolhia Raimon em reuniões familiares.
Também fez amigos, naturalmente, sobretudo do ambiente catalanista, como Eliseu Climent, que depois fundaria a editora Tres i Quatre e se tornaria num grande impulsionador de múltiplas iniciativas culturais como agora Bloc Jaume I ou os Prémios Octubre, e Alfons Cucó, que o tempo faria historiador e poeta, e o dramaturgo e director Sanchis Sinisterra, e Josep Maria Morera. Vai ser naquele ambiente universitário que começa a amadurecer. A greve dos mineiros nas Astúrias em 1962 fez também despoletar uma greve e manifestações solidárias na Universidade de Valência, que vão levar à prisão diversos líderes estudantis amigos de Raimon. Daquela experiência vivida, filtrada pelo homem que diz não de Camus, nasce "Diguem No", a canção que se tornaria hino de luta contra a ditadura.
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