quarta-feira, 5 de agosto de 2009

VIII - Tu que m'escoltes amb certa por (V)


Folheto-guia do primeiro recital de Raimon na Galiza, em 9 de Maio de 1967, em Santiago de Compostela, com as letras traduzidas por Carlos Casares e Salvador Garcia-Bodaño e ilustrado por Andreu Alfaro. Importa referir que este recital foi importantíssimo para o despoletar do movimento da canção de intervenção na Galiza. À semelhança dos Setze Jutges, vários cantores surgiram sob o nome de Voces Ceibes, onde estavam Benedicto, Miro Casabella, entre outros. Leiam a entrada da Vikipédia para o conjunto.


A Unión de Departamentos de Actividades Culturales de la Universidad de Madrid edita em offset as letras das canções de Raimon, com traduções em Castelhano por Gabriel Celaya - que depois dedicaria um poema a Raimon -, José Hierro, Jesús López Pacheco, Jorge Ruiz Gusils e José Augustín Goytisolo. A capa é a do desenho de Andreu Alfaro que servirá para os recitais que então fazia que levavam como título "Raimon, a voz dum povo". Grande cartaz cultural para uma modestíssima e ilegal impressão.

Raimon canta, portanto, num curto espaço de tempo, para o movimento operário e para o movimento estudantil, vanguardas da luta antifranquista. Mas, um ano antes, tinha feito o Palau de la Música Catalana, espaço natural da arte dos sons. Os trabalhadores de Barcelona e os estudantes de Madrid, máximos expoentes do que cá podia ter sido o mítico 1968, tiveram grande impacto em Raimon. Expedientes policiais e quase dois anos de proibição, depois de um recital que fora, já ele, muito quente. Em 30 de Novembro daquele 1968, Ovidi Montllor, Pi de la Serra e Raimon enchiam pelas costuras o Palau de la Música. Figurava milagrosamente o pano que tapava as quatro barras que presidiam o cenário, e o canhão de luz descobria uma decoração insólita.

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