Duas fotos do recital de Raimon no IQS
(imagens retiradas, respectivamente, do livro "Raimon - l'Art de la Memòria", de David Escamilla
e do Lp "Cançons de la roda del temps")
(imagens retiradas, respectivamente, do livro "Raimon - l'Art de la Memòria", de David Escamilla
e do Lp "Cançons de la roda del temps")
O recital no IQS, siglas do Insituto Químico de Sarrià, é uma grande manifestação ao ar livre do movimento estudantil. A ele assistem uns 4 mil estudantes; nenhum acto antifranquista tinha registado uma assistência daquela envergadura. A dimensão política de Raimon ganha penso com o seu papel de líder de massas e de elemento mobilizador. Segundo Josep Benet, "Raimon mobilizava, só a sua presença convocava muita gente, e isso, nos anos sessenta, só ele podia fazê-lo." O IQS é o seu primeiro recital substitutivo dos encontros proibidos. Era o mês de Novembro do ano 1966, mas este novo papel já se tinha começado a desenhar nos seus recitais em Paris, especialmente o que teve lugar no Olympia em 7 de Junho daquele ano, cujo recital, graças à retransmissão pela Rádio Europa N.1, ficou registado nos sulcos discográficos. E com ele também o Grande Prémio da Academia Francesa do Disco.
Raimon canta as "canções de luta" que em Espanha lhe proíbem ou censuram, recria novamente um cenário de reunião tipicamente político, onde o orador transmite mensagens que o público cúmplice consensualiza com o aplauso que interrompe a canção - feito inverosímil na música, que só se explica pela vontade política -, e procura frases que situem na luta as canções, para fechar o ciclo do compromisso.
É o caso da dedicatória de "Inici de càntic" aos universitários, intelectuais e artistas que se encerraram no convento dos Caputxins de Sarrià, em 9 de Março do ano lectivo de 1966, para constituir o Sindicato Democrático dos Estudantes da Universidade de Barcelona (SDEUB), que provocou um mal-estar ao franquismo. Salvador Espriu, autor da letra da canção, era um dos barricados e, como todos, detido e represaliado.
Eu não sou um homem político - confessa Raimon -, apesar do que muita gente quis fazer de mim, mas sou, sim, cidadão de consciência política, sei que existem problemas colectivos. Então, desde o meu ponto de vista e com as minhas canções, tentei sempre pôr a minha actividade ao serviço, em primeiro, da luta contra a ditadura, e depois, a favor da solidariedade, do lado dos oprimidos. Com todas as minhas canções, até com os poemas de Ausiàs March.
Raimon canta as "canções de luta" que em Espanha lhe proíbem ou censuram, recria novamente um cenário de reunião tipicamente político, onde o orador transmite mensagens que o público cúmplice consensualiza com o aplauso que interrompe a canção - feito inverosímil na música, que só se explica pela vontade política -, e procura frases que situem na luta as canções, para fechar o ciclo do compromisso.
É o caso da dedicatória de "Inici de càntic" aos universitários, intelectuais e artistas que se encerraram no convento dos Caputxins de Sarrià, em 9 de Março do ano lectivo de 1966, para constituir o Sindicato Democrático dos Estudantes da Universidade de Barcelona (SDEUB), que provocou um mal-estar ao franquismo. Salvador Espriu, autor da letra da canção, era um dos barricados e, como todos, detido e represaliado.
Eu não sou um homem político - confessa Raimon -, apesar do que muita gente quis fazer de mim, mas sou, sim, cidadão de consciência política, sei que existem problemas colectivos. Então, desde o meu ponto de vista e com as minhas canções, tentei sempre pôr a minha actividade ao serviço, em primeiro, da luta contra a ditadura, e depois, a favor da solidariedade, do lado dos oprimidos. Com todas as minhas canções, até com os poemas de Ausiàs March.
Sem comentários:
Enviar um comentário