Raimon reflectia assim sobre as suas várias passagens por Madrid, pelo menos sobre as de 1968 e de 1976, consideradas históricas por alguns comentadores:
A Madrid nunca se foi com tranquilidade, no sentido de poder fazer bem os recitais, sempre se foi lá aproveitando situações estranhas que te abriam alguma possibilidade para cantar. Mas acabavam por te proibir ou acabava mal, exceptuando Dezembro de 1976, em que consegui fazer uma semana no Teatro Fígaro. A partir daí as coisas entraram na normalidade, mas antes... Cantei em concertos colectivos, como no Festival de los Pueblos Ibéricos e numa festa do PCE. O da Faculdade de Economia, em 68, despoletou uma grande manifestação. No de Fevereiro de 76 mostrava-se pela primeira vez publicamente a Plantajunta.
Foram recitais muito cívicos, no sentido de impacto na sociedade, mais além do estritamente artístico, para dizê-lo de alguma maneira, e talvez isso tenha feito com que a canção passasse a um segundo plano e um facto circunstancial. Lembro-me de uma forma especial o recital do "18 de Maig a la Villa". Havia toda a ajuda de Paris e aqui estávamos expectantes, a ver o que se ia passar. Eram momentos excepcionais, de tensão, pelo menos para alguns, uma minoria se nos comparássemos à quantidade de gente que saia à rua do Quartier Latin.
Sempre gostei muito de Madrid, sempre lá fui actuar quando pude e houve uma grande comunicação, apesar de cantar numa língua diferente. Mas o feito artístico e cívico rompe qualquer obstáculo.
A Madrid nunca se foi com tranquilidade, no sentido de poder fazer bem os recitais, sempre se foi lá aproveitando situações estranhas que te abriam alguma possibilidade para cantar. Mas acabavam por te proibir ou acabava mal, exceptuando Dezembro de 1976, em que consegui fazer uma semana no Teatro Fígaro. A partir daí as coisas entraram na normalidade, mas antes... Cantei em concertos colectivos, como no Festival de los Pueblos Ibéricos e numa festa do PCE. O da Faculdade de Economia, em 68, despoletou uma grande manifestação. No de Fevereiro de 76 mostrava-se pela primeira vez publicamente a Plantajunta.
Foram recitais muito cívicos, no sentido de impacto na sociedade, mais além do estritamente artístico, para dizê-lo de alguma maneira, e talvez isso tenha feito com que a canção passasse a um segundo plano e um facto circunstancial. Lembro-me de uma forma especial o recital do "18 de Maig a la Villa". Havia toda a ajuda de Paris e aqui estávamos expectantes, a ver o que se ia passar. Eram momentos excepcionais, de tensão, pelo menos para alguns, uma minoria se nos comparássemos à quantidade de gente que saia à rua do Quartier Latin.
Sempre gostei muito de Madrid, sempre lá fui actuar quando pude e houve uma grande comunicação, apesar de cantar numa língua diferente. Mas o feito artístico e cívico rompe qualquer obstáculo.